Política

Grupo de Trabalho é criado contra as importações predatórias do leite

A importação excessiva de leite foi o motivo para a união do setor leiteiro e a geração de um Grupo de Trabalho formado por membros da Frente Parlamentar em Pedestal ao Produtor de Leite (FPPL), representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação da Lavoura e Pecuária do Brasil (CNA), Sindicatos Rurais e a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite). Liderado pela presidente da FPPL, deputada Ana Paula Leão, a categoria, que representa o produtor de leite, teve reuniões no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Lavoura Familiar (MDA) e no Ministério da Lavoura, Pecuária e Provimento (MAPA) nesta semana.

Na primeira reunião, na segunda-feira (19), o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, recebeu a Presidente da FPPL; o 1º Vice-Presidente da Percentagem Pátrio de Leite da CNA, Jônadan Ma, escoltado do Diretor Técnico Bruno Lucchi e do assessor técnico Guilherme Mossa; o Presidente da Abraleite, Geraldo Borges; e a Gerente de Relações Institucionais da OCB Clara Maffia, acompanhada do Comentador Técnico Institucional Fernando Pinho que trataram de medidas emergenciais em relação às vultuosas importações de produtos lácteos do Mercosul. 

A deputada Ana Paula Leão destacou que nos primeiros cinco meses deste ano, em confrontação ao mesmo período do ano pretérito, houve um acréscimo de 212% nas importações brasileiras de lácteos. Esse percentual representa 850 milhões de litros de leite, um número que assusta e preocupa os produtores nacionais e entidades do setor. “Nós chegamos em um momento infalível. O governo brasílico não pode mais continuar importando leite da forma que está sendo feito, colocando em risco a sobrevivência de milhares de produtores brasileiros”, disse.

O Ministro Paulo Teixeira, que foi receptivo à tarifa, sugeriu na audiência três medidas estruturantes que visam amenizar o quadro da importação a médio e longo prazo, envolvendo outros setores do Governo. “O encontro com o ministro foi extremamente positivo. Esse diálogo é fundamental para pensarmos em soluções conjuntas que de roupa resolvam o problema. Precisamos de mais políticas públicas de fomento à pecuária leiteira, melhorar a competitividade dos nossos produtores para que eles não deixem o campo”, afirma a presidente da FPPL.

Já nesta quarta-feira (21), o grupo se reuniu com o Secretário Executivo, Irajá Lacerda; o secretário apenso de Resguardo Agropecuária, Marcio Rezende Evaristo Carlos; e a diretora do Departamento de Negociações e Análises Comerciais, Ana Lúcia Oliveira Gomes, no Ministério da Lavoura, Pecuária e Provimento (MAPA).

Também participaram do encontro o presidente da Percentagem Pátrio de Leite da CNA, Ronei Volpi, escoltado do coordenador de Produção Bicho, João Paulo Franco; o coordenador da Câmara do Leite da OCB, Vicente Nogueira;  o presidente da Abraleite, Geraldo Borges; o presidente do Sindicato Rústico de Uberlândia, Thiago Silveira; a Vice-Presidente e Secretário da FPPL, os deputados federais Marussa Boldrin e Rafael Penzetti e o deputado federalista, Márcio Honaiser.

Na reunião, uma das soluções discutidas para o problema foi a geração de um comitê de crise. Para isso, será agendada uma novidade reunião no Ministério da Morada Social e órgãos do Governo que fazem segmento da cárcere produtiva. “Precisamos valorizar o produtor brasílico, finalmente de contas há quase um milhão e duzentas milénio propriedades produtoras de leite atuando em 99% dos municípios brasileiros. Hoje foi consenso entre todos nós, que estamos falando de um problema de Estado e não de governo”, salientou Ana Paula Leão.              

Segundo o Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE), em maio de 2023, as importações de leite triplicaram, saindo de um patamar histórico de 3% para 10% do consumo do resultado no Brasil. Por isso, será necessária a adoção de medidas emergenciais em relação à atual importação desenfreada do leite em pó.

A preocupação do grupo é justificada de negócio com os dados recentes de importação de leite em pó da COMEXSAT – um sistema para consultas e extração de dados do negócio exterior brasílico. De janeiro a abril deste ano, já foram importadas 83,5 milénio toneladas, representando um aumento de 182% em relação a 2022. Outrossim, a tendência para maio de 2023 é de 27 milénio toneladas, ou seja, o maior valor já registrado nos últimos 10 anos.

A cárcere produtiva do leite movimentou murado de R$ 40 bilhões em 2020 e gerou 4 milhões de empregos, por isso, a presidente da FPPL destaca a relevância do setor leiteiro no desenvolvimento do país. “Nossos produtores merecem a devida atenção e precisamos urgentemente adotar medidas mitigatórias dos efeitos danosos da importação”, conclui a parlamentar.

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